sexta-feira, fevereiro 23, 2007


Transição

A leve brisa perpassa
Soltando a folha amarela
Que enquanto rodopia
Exulta no ocaso e sonha
Ter-se tornado perfeita
Ressurgindo noutra vida
Em forma de borboleta.


Maria petronilho,
Lisboa, 7/8/2004


O MEU GRITO

Tal como um raio revela
A sobeja cobardia
Que perfidamente intenta
Emaranhar a lisura
Em jogos de infame intriga,
O grito incontido desvenda
O perverso estratagema
Do calculista na sombra
Que o meu grito estraçalha
Na caverna onde se acoita
Rasgo a mudez do silêncio
Do meu grito se faz eco
E tal eco se faz canto
Alastrando no céu limpo
Revelo a nítida auréola
E o meu grito desabrocha
Em flor, borboleta que voa
Transluzindo evidência
Isento esplendor da alma!

Maria Petronilho















QUE O SILÊNCIO FLORESÇA!



Abra janelas de esperança


para estradas de bonança


onde um dia esqueceremos


os espinhos que calcámos


nas flores que ora bordam


e perfumam os passeios






Merecemos, pois lutámos


contra forças desmedidas


Mostrengos, Fúrias, mentiras


chegaremos ao oásis



com o qual sempre sonhámos!

Maria Petronilho