sexta-feira, junho 29, 2007








Poema Acróstico a Maria Petronilho
Pedro Valdoy

Muitas vezes vem a poesia
Ainda com o canto do rouxinol
Rumando até às estrelas
Indo pelo jardim da fantasia
Antes do Sol se pôr

Por entre os poetas
Entre as pétalas de uma flor
Tudo se clarifica na harmonia
Rumando por caminhos de cetim
Onde nos encontrámos
Na via da paz e da serenidade
Isto para os versos que semeamos
Longe das multidões
Havendo a amizade duradoura
Onde sempre existiu e renasce.

Junho 2007

Pedro Valdoy, Meu Irmão, Obrigada!

Puro diamante

É o teu coração

De ouro a tua alma

Rubis flúem nas tuas veias

Onde tanto amor reluz!



Vigilante poeta

Ao mundo e a nós

Lês as entrelinhas

Das nossas alegrias

Ou se há tristezas

Y Pedro a ajudar





Mensageiro do bem

Em quem confiar

Um braço no ombro



Iremos de mãos dadas

Rumo ao infinito

Marchetado de estrelas

Aonde iremos achar

Outro mundo maior



Onde reina a justiça

Brilha a felicidade

Riem os olhares

Igualmente animados

Gentilmente urdindo

Arco-íris de paz...

Deixa a orquestra tocando

A valsa da nossa amizade!



Profundamente comovida, abraço-te na minha alma com infinito carinho e fraterno amor!



Maria Petronilho

28 de Junho de 2007

quarta-feira, junho 27, 2007






Por que caminhos me levam?


Que opacidade é esta
aonde o meu ser sufoca?
Por que caminhos me leva
sem escolha esta aventura?
Porque é que o mar sussurra
apreensão que atordoa?

Quero a verdade nua
Quero a integridade viva!
Quero eleger minha rota
Ser dona da minha vida.


Maria Petronilho







Que bom foi viver-te!

Acordavam sorrindo as manhãs
e os dias passavam lindos como
o fluido de um ribeiro manso.
O sol balançava em fios de oiro
quando se deitava na macia capa
de cada tardinha…até amanhã, dizia.
E tu, sorrindo, acenavas-lhe adeus
iluminavam-te sonhos risonhos
que me descobrias como se auroras.
Eram cantos e usos de mundos
aonde não havia desencantos
nem guerra, meninos famintos,
velhinhos morrendo prostrados...
Mas leite e mel correndo abundantes
milheiros de flores, limpos horizontes,
sorrisos abertos e mãos estendidas

Eu tudo escutava e arrecadava
no meu espírito vigilante sabendo
como é curto o momento
que soa esperança e pura magia!


Maria Petronilho

domingo, junho 17, 2007








Magusto

Juntando a lenha e as folhas, acende-se a fogueira
Atiram-se nela as castanhas e começa a carreira!
Porque virgens corações, ao sentirem-se ateadas,
Pulam, gritam, em explosões… Recusando ser assadas!
E à volta a rapaziada, de copo de jeropiga
Salta e ri, em algazarra, desata o nó á cantiga
Uma a uma as castanhas, imoladas, são comidas
E golinho a golinho vai descendo a bebida
Reina alegria tamanha nos magustos, ai meu deus!
Até o bom S. Martinho se ri com gosto nos céus!


Maria Petronilho




Manhã de névoa

Jaz encantada em diáfano manto
como se uma fada por aqui passando
tivesse espalhando poeira no tempo.

O rio velou-se, como dormindo,
afadigado de correr tanto.

O ar ilude a manhã vagueando
silhuetas brandas no mudo esfumado.
suave e cinza, embebida em sonho
a manhã quieta mantém-se dormindo.


Maria Petronilho




Ao sabor do vento

Ao sabor do vento
Estendo os braços,
corro ao teu encontro
vacilo num fio
de tristeza azul
de verde esperança
de rósea ternura

Maria Petronilho

terça-feira, junho 12, 2007







Mater Dolorosa

Minha alma traja de lírios
Sou a Madre trespassada
Por flechas, memoriais sinos
Que ecoam na tarde roxa
Ao rematar minha vida

De intrépida luta, tanta!

Eleva-se a ofensa erguida
Como bandeira rasgada
Sobre a terra conquistada
No fragor de uma batalha
Por uma grei esquecida.

No inescrutável espanto.

Maria de todas as dores
Desponta em meu peito o soluço
Que adoçaste com o teu pranto!



Maria Petronilho




Ah, ditosa musa
Que te acompanha na Ilha
Onde te ocultas …
No teu peculiar desterro
Vais desfiando colares
De pérolas caídas
Dos teus olhos exaltados!
Feliz da musa
Que veladamente cantas
Na tua diamantina voz
Que reluz! Iluminas
As almas retraídas no eleito
Mas dolorido silêncio!


Maria Petronilho






Do mar


Vai e vem
É branca a espuma
É verde o mar
Vai e vem
E quando rola
A areia se evola
Na água salgada
Meu mar
Maré cheia
Vem
Maré baixa
Vai
O mar



Na orla
Espero
Descalça
O teu voltar!

Maria Petronilho



Del mar

Viene y se va
Es blanca la espuma
Es verde la mar
Viene y se va
Y cuando rueda
La arena se marcha
En el agua-sal
Mi mar
Marea alta
Viene
Marea baja
Se va
El mar



En la orilla
Espero
Descalza
Tu retorno



Tradução para espanhol: Alberto Peyrano

domingo, junho 10, 2007

SE FORES AO ALENTEJO - quadra & glosa















Se fores ao Alentejo,

ante a beleza infinita

tranquila, clara, bendita

sem querer vais semear,

do teu olhar comovido

lágrimas no fértil solo

a semente do teu beijo

se fará meigo trigal

e um belo madrigal

o desejo do teu olhar.

se elevará rumo ao sol

quando sonha o rouxinol.





Aires Plácido & Maria Petronilho

10/6/2007


Sem Sonhos //Reviver!


Não há mais sonhos/mas a primavera mana
só letras tristes/ desse húmus alimenta
na pedra que chove./novas flores, esperança!



10/06/07

Poetrix:Maria Thereza Neves & Duplix: Maria Petronilho

quinta-feira, junho 07, 2007






Amanhecer


Poesia

olhar de cada dia,

alvor!


Eu sei que sou

eu sei que estou

eu reconheço-me

neste amanhecer!


Maria Petronilho






Poeira de estrelas



Desvendamos estrelas

Fazemos viagens


De asas a b e r t a s


Levando em letras

Poeiras das estrelas...



Maria Petronilho

quarta-feira, junho 06, 2007







Branca espuma

A boiar à flor da vida
Sou a breve espuma branca
Mil olhos postos no azul

Dissolvo-me na procura
Caio em gotas de chuva
E saio ilesa da lama.









Canto da manhã

Tal açucena que demora em descerrar as pétalas
Afim de expor à luz a graciosa alvura
E no cerne extasia de doçura

Enfim reabre-se a estrada onde a alma caminha
E o olhar se ilumina. Venho saudosa
Ter convosco pressurosa, que o meu coração anela

Abraçar-vos e beijar-vos, se bem sempre vos tenha
No meu imo resguardados, companheiros adorados
O afecto ri das fronteiras… mas a saudade aguilhoa!




Maria






CAIS


Por mais que se saiba

Quanto é breve a vida

Que somos Centelhas

Flores cujas pétalas

Tremulam no tempo

Como dizer ao coração

Que se aquiete

E às lágrimas

Que se recolham

Aos salgados ninhos?!

Como deixaremos

De sofrer saudade

Daqueles que amamos?!


Olho o Imenso

E peço O conforto

De em nós aceitarmos

O cais da despedida

E a longa distância

Dos que já não vemos!


Maria Petronilho



MUELLES


Por más que se sepa

Cuán breve es la vida

Que somos Centellas

Flores cuyos pétalos

Se agitan en el tiempo

Cómo decirle al corazón

Que se aquiete

Y a las lágrimas

Que se recojan

En sus salados nidos?!

Cómo dejaremos

De sufrir nostalgias

De aquéllos que amamos?!


Miro lo Inmenso

Y pido el bienestar

De aceptarnos en nosotros

El muelle de la despedida

Es la enorme distancia

De los que ya no vemos!



Versión en español: Alberto Peyrano








A Voz da Palavra


O autêntico poeta

além do tempo respira

acordando letra a letra


Reinventando a leitura

ressalta em cada poema

a profunda consciência

de compromisso com a vida!



Maria

terça-feira, junho 05, 2007


Maria


Mulher. Nasci mulher,

e meu pai não me pôde afogar.

Berrei - e foi só a primeira pedra

na calçada da desobediência.

Criei-me à deriva, sem freio no sonho.

Prendiam-me, e era solta

Soltavam-me, e era mansa pomba.

Por caridade, passei fome,

ao desleixo, de casa em casa,

- e tanta fartura esbanjada!

Mas não há quem me queira,

criança a pedir tendo tanto,

a penar tendo nada....

Criei-me, criada da criada

que "trouxeram para mim"....


Não importa!

"sou uma princesa encantada,

vou p'ra longe..."

dia após dia aguardava

mas ninguém me resgatava,

masnem pai, nem príncipe, nem fada!


Fiz-me mulher, sempre odiada.

Fui tambor da festa.

Arraial de pancada

numa casaque parecia tudo,

menos o que era:

Uns a discutir com os outros.

Eu a servir todos

aliviando-lhes os braças do trabalho

e a raiva, de pancada.


Pior, eu ousava pensar

E era revolucionária.

Olhava o horror e o negava.

Dentro de mim o nojo enjoava.


A besta de carga arrepiou caminho:

Estudar... ai, não posso!

Preciso um emprego, se quero sair viva daqui!


Abri a porta da coragem e falei!


Abri a porta da gaiola de doidos

e abalei sem nada.


- Nada! - Má memória!


"Uma mulher que pensa não presta!

"Um homem sem riqueza não vale nada"

- Pois foi com o mais odiado por meu pai

que eu casei!


Ele fez de mim besta,

com cornos e de carga.

Sofri e calei até dizer

- BASTA!


Com uma filha pela mão ia caminhando

e todas as maleitas me iam seguindo

até cair, de exausta.


Com todas as forças me reergui.

A filha criada na sua vida instalei.


É pecado uma mulher amar, bem sei,

mas eu quis e foi, sim!

E amei, e amei

Até se descobrir que vivia uma farsa!


Meu pai morreu e fui eu que o enterrei

Meu pai deserdou-me

e eu fiz as honras da des-herança.


Penaque não me tenha deserdado

das sovas e maus-tratos que passei!


Às escuras me alumiei.

No Inverno vou na sombra.

No Verão suporto o sol.

Curtem-me a vida todas dores

de sal, de solidão,de silêncio,

da insolência dos outros,

das forças que me faltam

do tostão amargo

do sacrifício vão.


Mas tenho uma estrela cá dentro

que ninguém há-de apagar!

Mas tenho uns nervos de aço

que ninguém há-de torcer!

Mas tenho uma coragem de ouro

que me vem a acompanhar

- e é esse o meu tesouro,

que ninguém pode roubar,

que as intempéries não mudam,

que está infiltrado em meu sangue

ninguém mo pode tirar

mesmo morta, quando o sangue coalhar!

E tenho uma estrela por vela!

E tenho um alto sonhar,

de que mais vale pobre e honrada

que ter tanto e nada dar!


Fiz rimas com a minha vida:

que as venham buscar as ondas,

que eu já não posso ir ao mar.

Que as façam arder na pira

onde me hão-de queimar.

Que as cerrem no meu caixão

Para ter enfim companhia

que tanto lutei sozinha

e ninguém me dá valor!

Maria Petronilho _ 1999





Em aprazível doçura


A imersão balsâmica

De alfazema e de rosa

Há tanto que te aguarda!

Ideei iguarias afrodisíacas

Para refazer-nos à ceia…


Alongam-se meus olhos

Na longa estrada vazia

E quedo-me sonhadora

Antecipando a centelha

Do teu corpo que ao roçar-me

De pronto me incendeia,

Numa ânsia indefinida

Donde assomo renascida


Onde estás, que te detém?

Escuta bramir o silêncio,

Segue o mudo apelo: vem!

Despe-me as diáfanas sedas

Que prendem a ninfa agitada

Por achar-se libertada!


Aquieta-se a tarde calma

O sol cai, trazendo escusa

De amanhecer nos teus braços

Em aprazível doçura!


Maria







De Maio



maio é o mês de Maria

e eu Maria me chamo

em maio é lindo o campo

em flores desabrochando

maio é meia primavera

maio é o mês da espiga

maio é o mês da rosa

maio é o mês da mãe

o dia de maio é longo

maio é o mês da luz

da moderada ternura

entre o inverno e o verão



Maria






Vazios


Os Côncavos

De tuas mãos,

Esperando

Carícias

Meus seios.

Vazios

Teus lábios

Fechados

E os meus,

Esperando

Teus beijos.

Vazio o Silêncio...o silêncio!

Vazio de ti,

A meu lado,

O lençol bordado

Que me cobre

O leito...



Maria Petronilho



Vacíos


Los Cóncavos

De tus manos

Esperando

Caricias

Mis senos.

Vacíos

Tus labios cerrados

E los míos

Esperando

Tus besos.

Vacío el Silencio¡... el silencio!

Vacío de ti,

A mi lado,

La sabana bordada

Que me cubre el lecho...




Tradução para espanholPatrícia Andreia Rodriguez







Cantiga de embalar o menino Jesus



Ó meu Jesus pequenino,

Minha estrela, enleio, encanto,

Voz da Paz e da doçura

Embalo-te no meu seio

De mãe, Maria, calando

No peito, tanta amargura!

É Natal, mas fria a rua

Onde o desamparo reina

Embala-nos Tu, na esperança

De que haja amor nesta festa!

Dorme, dorme, meu menino,

Meu Jesus tão pequenino

Que está chegando a hora

De nos valeres, porquanto

A terra explode em guerra!

Dorme, Jesus, entretanto

Em meu colo te acalento

Que sou mãe e sou Maria!

Nana, meu Menino em espera!


Maria Petronilho







...Toda a vida te esperei!

Vem aos meus braços ansiosos, sem cansaço de esperar!
Destinei a vida inteira à esperança de te abraçar
Segue o lucilar das estrelas que esboçam rumos no mar!

Maria Petronilho




ALMA ALENTEJANA


Alentejo é mais que solo

Linda planície a luzir

Mar de esperanças a florir

Amor na palma da mão


Aqui o meu coração

Lavrou os campos sem fim

Enraizados em mim

Não tem poiso a vida humana

Tudo o que é belo acrescenta

Essência. Há que guardá-la

Jamais se perca tal flama!

Alentejo donde emana

Na lonjura mas eterna

Alma e vida alentejana!



Maria Petronilho





Por ti!



Se vires estrelas

Luzir nos céus

São os meus olhos

Que andam cegos

Buscando os teus!

Não te achando,

Abre-se a aurora

Minha'alma chora

És sol, sorris!


Só bem te quero

Nenhuma nuvem

No teu caminho

Embace o brilho

Do teu esplendor!

Mesmo escondida

Nesta negrura

Guardo ternura

Por ti, Amor!



Maria Petronilho

segunda-feira, junho 04, 2007







Quem quer sonhos?


Brado sonhos, os meus sonhos
Por tantos anos traçados!
Tenho muitos, sempre poucos
Quem quer sonhos matizados?
Meus sonhos de papel feitos
Encobertos, revelados…
Sim, se os quiseres, dou-tos
Na minh' alma rabiscados!



Maria






Tocasse-te E...




Uma doce melodia

Desse toque surgiria

Uma canção soaria

Pairando no espaço imenso

Desse íntimo tão nosso

Seria um alegre canto

Seria um ridente brilho

Nossos corações tinindo

Um ao outro se entregando


Tocasse-te e nasceria
Uma nova melodia
Dos nossos corpos e almas

Em amor se completando!


Maria






Cumplicidades



Alvoroças-me em extasias
reciprocidade no enlevo
Satisfação sem reservas

Corpo e alma se enlaçam,
desejando entranhar-se
pois meiga é a sede e pura a oferenda

A felicidade transborda

Ao circularmos de mãos dadas pela rua
no olhar dos outros brilha ternura
divisando o fulgor da nossa aura

Exaltarei eternamente o Senhor
ter-nos olhado com brandura

norteado as abaladas mágoas ao júbilo
em que ambos exultamos.


Maria





Nunca passarás, Poeta!

Transcendes a morte em vida!
Vais além do visível, do finito
Tens a missão de sofrer o inaudito
Mas em poemas eternizas tua sina!


Maria Petronilho
27/3/2007





Balzaquiana?!

Ah se me colhesses quando eu era
a rosa pelos cravos cobiçada
e embora simulasse que não via
tirava do juízo ao que passava!

Perseguida,esquivava-me
e enfim o outro desanimava
num suspiro, percebendo
que não me alcançaria nem correndo
pois não sou lebre no prado
mas ígnea mente ardendo!

O corpo perdeu fulgor no tempo
mas amadurou, melhor discernindo
como se ofertar, doce, procurando
o teu prazer e no seu recolhendo
o teu néctar de nácar, no gesto meigo
de quem te entrega a alma num beijo!


Maria





Direito e avesso



Quem é esta sereia

que se afoga na água

e em terra não caminha?

Quem é que me habita

e contra mim conspira?

Quem se dá aos outros

mas a si se nega?

Quem em mim protesta

contra a injustiça

mas se mantém escrava?

Que me faz gaivota

com ninho na areia?

Porque tanto caminho

no escuro da terra

fitando a clara lua?


Maria

24/11/2002





Asas soltas


Sinfonias

Redescobertas

Cantam fonemas

Infinito jogo

Lúcido revérbero

Secreto mas nu

Nascente e foz

É verso o rio!



Maria




Ao Mestre, com carinho



Devo-te o pouco que sou

todo o meu pequeno céu

todo o bem que me calhou

e trago sempre comigo


tua extrema paciência

despertou a inteligência

com dedicado carinho

abrindo-me o caminho

que seria o meu futuro


E quando nos encontramos

olhos nos olhos sentimos

que um e outro crescemos

mas o tempo não passou!


Maria






Amor, difícil Amor!



Amor, difícil amor
Mas quem de amar fugir
Por ter medo de sofrer
Morrerá sem existir!

Maria







Amizade não tem fim


Pego os teus versos,
onde álgida tristeza transluz
como pendente de gelo
e ternamente os acolho
dentro do peito amigo
onde te guardo.
Não é distância o silêncio
se um forte sentimento
de fraterna união
nos mantiver aliados

Palavras caladas
falam tão alto!
Maria







Aleluia, cantarei!

Aleluia! Gritarei
Com quantas forças tiver
Quando o Bem ao Mal vencer!
Maria





Depois do Amor

Permanecer cingida contigo
Enlaçados, num suspiro de alívio
Entregues ao repouso perfumado
De jasmim e de açucena...
Ressumados,
Os nossos corpos fundidos
Finalmente descansados!


Maria





Ah, memórias…

Vagueiam perenes trazendo rostos
Noites em claro salgadas de angústias
Afogadas em extintas mas doces lembranças!


Maria





Dá-me...



Dá-me o arco de um abraço,

o encontro do teu coração!

Dá-me o brilho dos teus olhos

acesos. Não mais solidão!

Dá-me uma trova de esperança,

onde a minha alma delida

se renove em melodia…

Dá-me o vento das alturas,

o sol puro das manhãs!

E frescas, orvalhadas ervas

que extingam passadas vãs!


14/05/2007

Maria





Caio


pérola a pérola

pétala a pétala

aberta flor

transparente manhã

azul nácar

dourado alvor!


Ao Amigo e Poeta Caio Lucas



Maria Petronilho







A rosa que tu me deste!

A rosa que tu me deste
Donde foi que a trouxeste?
Persiste linda e viçosa.
E contra o que é costume,
Mantém um leve perfume,
Na aura deliciosa
Efémera será a flor,
Se bem seja invulgar
Porém, quando ela murchar
Hei-de as pétalas guardar
Intercalando poemas
Para que nunca se apague
A memória deste dia
Em que a poesia
Rimou com a alegria
Neste encontro de amizade!





A escrita



Foi a luz que me alumiou
Foi a bússola no meu percurso.
Sem ela
O ter sido e o Ser
Talvez nunca tivessem sido.
Talvez nunca me tivesse
Encontrado a Mim.
Talvez não tivesse nunca
Ocupado o meu espaço
No mundo nem na vida,

Dado que tudo me foi negado.

Em sã consciência afirmo,
Ter sido e ser
Minha escrita
O visível do meu poema

Minha estrela e minha espada.



Maria






Enamorados



Rosas trepadeiras

em cachos florindo

desvairados beijos!


A um amigo doente


Talvez um dia
Me transforme em cisne
E ao encontrar-te afaste
Com as minhas grandes asas
Os abutres que rondam
Em roda do teu pobre corpo.
Talvez surja nos teus sonhos
Mulher-ave
Mulher-branca,
Soprarei o pesadelo
Que em febre te consome.
Varrerei com o meu semblante
Essa aura negra de morte
Que envolve e ameaça
Tua vida indefesa

Porque sou da vida o começo,
Sagro a vida no meu seio!

Maria Petronilho


Asa de Lua


Que essa asa de lua

Que me saúda e que passa

Para se encontrar com a tua

Na manhã que recomeça

Nos traga da paz a esperança

Leve longe a ameaça

Que sobre todos nós paira



Que Deus ilumine os sonhos

Dos Senhores da Desgraça

Ilumine as suas almas

Como essa asa de lua

Que no céu divino passa

Lhes traga de novo ao peito

Seus corações de criança.



Dedicado a DD/9/3/2003

Maria Petronilho




SUSANA

S ê flor, mesmo quando as geadas virem
U surpar-nos o fulgor do sol… brinca
S abendo que nada se repete e que agora
A ma com deleite, degustando lentamente
N ada te impeça de prosseguir alegre e ditosa
A ssim! Bendigo este dia e brindo ao futuro!



Glória ao dia em que nasceste
arrojada poeta com asas no vento e pés no caminho
que desenhas!

com muito carinho,
Maria Petronilho