quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Canto de Outono







Arrebatados os cachos

As videiras condoídas

Agitam no ar valdevinos

Os braços desadornados

Esbulhadas melenas ruivas

Estremecem despenteadas

Longos dedos desprovidos

Secos de anéis e enliços

Fecham as queimadas parras

E as lágrimas decaem louras

Cobrindo os regos lidados.



Lisboa, 23/9/2004

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