segunda-feira, maio 10, 2004

E meu amor que não vem!


A imersão balsâmica
De alfazema e de rosa
Há tanto te aguarda!
Criei afrodisíacos aromas
Para refazer-nos à ceia

Alongam-se meus olhos
Na estrada vazia
Inflamo-me sonhadora
Antecipando a centelha
De teu corpo que ao rasar-me
Chispa minha rubra brasa
E me leva incendiada
Numa ânsia indefinida
De onde assomo renascida

Aonde estás, que te detém?
Escuta bramir o silêncio
Segue-o e vem!

Despe-me das sedas diáfanas
Que aprisionam a ninfa ansiosa
Pelo golpe da tua asa
Afim de achar-se libertada

Tudo se aquieta na tarde calma
O sol declina levando a esperança
De retirar-me contigo
Em arrebatador desvario
E anoitecer nos teus braços
Em langorosa bonança....

Sem comentários: