domingo, fevereiro 15, 2004

ah a facada
sempre espetada
gume ao alto
erguida
dos punhos de renda
os dentes
a remoer
golpes sem fim
na mesma
ferida


o chilique da senhora
na hora na certa

cai no sofá de pele
geme e rebola

o carrasco
treme
numa facada
de pena
uma e outra vez
lhe acerta
com tanta
pena
se levanta
a cabeça
logo lha afoga
que pena

Há que dar o
status
de família bem
posta
e lá vão
de rojo
saem da porta
do palácio
de barro
com carros reluzindo
da porta da oficina
que im-porta
que
importa
e vão de
amarelo
mas o sorriso
que se lhes veja
apontada as costelas
de tanto
medo,
a faca
presente
mas escondida
e viva a pobreza
ó culta
ó podre de velha
burguesia!



ai de quem veja!

ai do que pena
ai do que se deixa
ficar no sofoco de uns spunhos de renda
com uma faca calada
sob un punhos
de renda
roxa

Sem comentários: