domingo, fevereiro 15, 2004

É O SONHO QUE NOS LEVA



Volatilizo-me


No éter etéreo
Pairo
Como orvalho
A partida
Aguardo!


Nem venham
Falar-me
De barreiras
Nem da inconveniência
De me encontrar
Dispersa
Suspensa
Em minúsculas
Gotículas
De brevidade!



Não conheço
Paredes
Fronteiras
Cadeados
Ou telhas



Pairo
Em nuvens
Que me semeiam



Indistintos
os
Pomares
Cerejeiras
Oliveiras
Laranjeiras



Não conheço
As cores
Mas os aromas



No ar vamos
Do ar somos



Tão longe
Da realidade
Crua
Tão perto
Da negra
terra!



Cessem
vãs ilusões
Aqueles
Que se acham
Correctos
Infalíveis
Seguros



Hoje
Ainda
e
Sempre
Deus queira
É
o sonho
Que nos leva!


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