segunda-feira, janeiro 31, 2005

NO SILÊNCIO DA CASA



acordar para quê?
para ver as estrelas
tremular sumidas?

não mais margaridas
bordando as manhãs
nem o fresco rocio

cúmplice

os pés roçando-se nus
debaixo da mesa posta

recendia a casa
de aroma a ternura

mas

as pétalas das margaridas
estão agora esfolhadas
à espera das geadas

olhar cinzas, para quê?


Lisboa, 13/1/2004


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