quinta-feira, janeiro 29, 2004

Clara insônia



Cerrar as pálpebras,
senti-las cair pesadas
como no outono
as pétalas às rosas...

Mas não!
Toma conta de mim
tal inquietação
tal delírio de prosas
tal aurora de poesias
soltas brisas,

que me quedo insone
voadora peregrina
na asa
da minha própria sombra

frágil
tão frágil e tão pequena
desassossegada
clamo ao que me cerca
e me assombra
de dor humana

Ser ínfima poeira
acordada
ver tanta injustiça e cegueira
e não poder fazer nada!

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