terça-feira, janeiro 27, 2004

Mar berço meu
Que eras verde
No tempo
Em que eu velava,
Amparava e sorria...
Hoje és vagante cinza

E eu meiga
Guardando amarras
Na memória
Dos compassos
Em que os braços
Nus, heróicos,
Rumavam sendas aos lemes
E puxavam os velames
Se nos teus ocasos roxos
Te desvendavas em ouros.

Grita esfaimada a gaivota
Sobre a muda calmaria
Que só areia vislumbra....
Minha vela fulge ainda

Mas sozinha, desabrida.
Sopra o vento de nortada
As estrelas jazem na bruma
Nenhum farol luz na barra

Mas hei-de virar o Cabo
E hei-de marcar este dia
De Bojador desvendado!

Passei de além amargura
Nada de pior me resta,
Só posso esperar
... Ventura!

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