terça-feira, janeiro 27, 2004

Não sei de onde brota

A música longínqua que sinto.

Estou suspensa no infinito

E danço

Num solitário compasso

Em silêncio

No imenso palco do globo



Movem-se meus passos

Na vacuidade do abismo

Deslaçada de tudo

Derivo

Entre imaginárias notas

Ou gotas

Amargas como absinto.

Eu, habituada ao fulgor

Do sol nas ondas

Ao doce reverbero nos grãos

De areia nas dunas

Sou concha que rebola

Na rebentação de uma praia

Onde o coração do mar

Está retraído, distante.



E bailo algures, sozinha.



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