Não sei de onde brota
A música longínqua que sinto.
Estou suspensa no infinito
E danço
Num solitário compasso
Em silêncio
No imenso palco do globo
Movem-se meus passos
Na vacuidade do abismo
Deslaçada de tudo
Derivo
Entre imaginárias notas
Ou gotas
Amargas como absinto.
Eu, habituada ao fulgor
Do sol nas ondas
Ao doce reverbero nos grãos
De areia nas dunas
Sou concha que rebola
Na rebentação de uma praia
Onde o coração do mar
Está retraído, distante.
E bailo algures, sozinha.
terça-feira, janeiro 27, 2004
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