segunda-feira, abril 05, 2004

AS PONTES


Vejo o sol que amanhece no céu sereno.

A terra canta em silêncio
nas margens do rio
se pontes servirem
de passagem
entre margens

que não transpostas
a ferro e fogo
em violento desafio, pela arrogância de dizer eu venço,
eu tenho, eu mando
- eu mando! - eu posso;
de nada servirão.
Que caiam inteiras.

Para que as pontes entre os que não procuram
o encontro?

Mero engano de que rio; mero engano por que choro
com as vítimas inocentes deste jogo
jogadas como peças no desumano desvario.

No horizonte envenenado de cinzento, o sol renasce entretanto
escondido, esquecido
seu ouro vivo de sempre-eterno encanto.

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