segunda-feira, abril 05, 2004

Na Solidão



Perdoai-nos, aos sós, permanecer
presentes entre vós, os escolhidos.
Desculpai nossas mazelas, que mantemos
sob o lençol dos gemidos.

Deitai preço ao ar que ainda vos roubamos
que nós, ao desistir, descontaremos
do total abandono em que nos vimos.


Depois do fim, lá vos esperaremos
de bouquet comprado à pressa,
por descargo de consciência...


Depois de desaparecermos veremos
o prazer com que pagareis os funerais
onde vos será dada uma chave de inocência

e um recibo, que não esqueça!
para que o patrão que nos devorou faça
a sublime, majestosa graça
de vos pagar de nós os últimos encargos.



... das maçadas ninguém vos daria um cêntimo,
portanto...


Abstei-vos!
Afastai-vos!

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