segunda-feira, abril 05, 2004

Equinócio


Autora: Maria Petronilho

Versão livre em espanhol: Alberto Peyrano



Esta noite as fadas brancas

Saem dos seus abrigos

E espalham alvas poeiras

Na luz de todas as estrelas,

O sol beija de longe a terra,

Com lágrimas de despedida

O frio da sua saudade

Desce nas gotas de chuva,

Nas crespas geadas

Nas manhãs de bruma

E entrelaça uma corola de cristais

Nos cumes das montanhas mais altas.

Na noite mais longa, a solidão grita

A alma estremece na sombra

Os poetas tecem mantas de nostalgia

Reacendem-se as lareiras nas casas

E serenamente o ciclo continua

Na perpétua elipse onde gravita

A cerúlea Terra apaixonada

Em redor da sua estrela.





Lisboa, 26/10/2003


***


Equinoccio









Salen las hadas blancas,

Esta noche, de sus abrigos

Y esparcen sus albos polvos

preñados de luz de estrellas,

Con lágrimas de despedida

Desde lejos, el sol besa a la tierra.

El frío de su nostalgia

Baja en las gotas de lluvia

Hasta la ola encrespada

En las mañanas de bruma.

Y entrelaza una corola de cristales

En las cumbres de las montañas más altas.

En la noche más extensa, grita la soledad

Se estremece en la sombra el alma

Los poetas tejen mantos de nostalgia

Vuelven a arder los hogares

Y, serenamente, el ciclo continúa

En la perpetua elipse donde gravita

La cerúlea Tierra enamorada

alrededor de su estrella





Lisboa, 26/10/2003



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