segunda-feira, abril 05, 2004

Manhã Negra em Madrid







Hoje o sol que deveria

Pressagiar primavera




Vendo a chispa que rodava

Em sangue se deslindava

E na dor estremecia



Cerrou os olhos no céu

E de lástima chorou



Hoje os trabalhadores

Jazem estendidos no chão

Como se fosse domingo



Na cidade ensimesmada


Corre o sangue e o ar vibra


De indignição e de pranto



A cobardia anda à solta

Após ter saído à rua

Projectado com frieza



Executado a matança



Lisboa, 11 de Março

2004

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